domingo, 22 de março de 2009

REFLEXÃO

OS FILHOS SÃO NOSSOS!


Quando uma das pessoas do casal chega à conclusão que nada a mais há a fazer pela sua relação e o comunica à outra parte, pode esperar duas reacções diferentes: uma alívio (visto o outro sentir o mesmo) e a outra raiva, desespero e angústia, já que o outro não está disposto a aceitar.



É chegado o momento de encarar a nova situação: o divórcio, e gerir todos os sentimentos que daqui advêm. Se isto só por si é complicado, mais complicado se torna quando existem crianças!!!


Além de se ter de mudar de vida radicalmente,de deixar o que estava tão enraizado e era costume ter e fazer e ainda de gerir todos os sentimentos que a nova situação desponta, normalmente, a mãe, vê-se na “obrigação de decidir o que é melhor para os seus filhos.”


Colocam-se então agora as seguintes questões: “O que é melhor para os meus filhos?”, “Será melhor as crianças verem o pai só de 15 em 15 dias?”, “Será melhor as crianças perderem o contacto com a família do meu ex-marido?”, e muitas outras que aparecem num momento em que a dor, desespero e por vezes a vingança predominam.


Será que os pais quando decidem a organização do tempo dos seus filhos decidem o que é melhor para as crianças ou decidem o que é melhor para si próprios?


É necessário os pais terem a noção que se podem divorciar um do outro, mas nunca dos seus filhos. Estes não são um bem para partilhar, nem muito menos uma moeda de troca. É preciso os pais compreenderem, que para a criança, o ideal é ter os pais juntos, como esta situação não é possível, é necessário minorar os danos, e para tal a criança deve poder manter a sua família de origem, tendo o pai e a mãe quando deles precisar (e não só de 15 em 15 dias), mantendo assim a confiança e o amparo sentido anteriormente.


Os pais não devem pensar nos filhos como deles, mas sim como nossos filhos, pois é assim que a criança sente e pensa. É disto que a criança precisa para manter o seu equilíbrio físico, social e psicológico. As crianças valem o esforço da nossa entrega e da nossa calma!

Por: Drª Claudia Silva Pinto

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Palavras da Psicologia



OBESIDADE INFANTIL – PERSPECTIVA PSICOLÓGICA

Com o avanço dos tempos e com as alterações dos estilos de vida, novos hábitos alimentares e de consumo se adquiriram, afectando de forma grandiosa a saúde pública. É a partir destas mudanças que se começa a fazer sentir o grave problema da obesidade, que se propaga por todo o mundo e com o qual nos debatemos.

Inúmeras evidências têm sugerido que a herança genética tem um papel relevante na etiologia da obesidade. No entanto, várias alterações no comportamento alimentar surgem com a evolução humana, onde se salientam os factores socio-culturais.

Neste sentido, sabe-se que as mudanças dos habitos alimentares têm contribuído em muito para o excesso alimentar; associados à diminuição da actividade física. Com a evolução humana e os tempos modernos, observa-se que diminui a necessidade de energia para desempenhar várias actividades físicas do dia-a-dia, tais como, o uso de escadas rolantes, telefones sem fios, estores eléctricos, entre outros.

Apesar do reconhecimento dos factores biológicos, nas questões da obesidade, é importante também salientar que o ser obeso, independentemente da idade, não é apenas determinado pela hereditariedade ou pela vida moderna. O comportamento alimentar não é apenas controlado por factores físicos como a fome, existem também factores ambientais e sociais, que desempenham um papel importante nos hábitos alimentares, que, adquiridos na infância podem determinar o padrão alimentar para a vida inteira de uma pessoa.

Desde a infância independentemente da cultura ou meio social, a comida está associada a realizações importantes e à maioria dos eventos sociais. Ainda que a alimentação seja uma necessidade física, a complexidade do ser humano e as suas interacções com o meio faz com que o acto alimentar passe a ter uma função social, onde comemos para comemorar ou nos reunirmos.

O acto alimentar é um dos principais simbolos nas relações entre pais e filhos. As preferências alimentares das crianças nascem em grande parte das expectativas que os pais criam em relação ao tipo de alimentos consumidos e frequência de refeições. Situações facilmente observadas são, o uso de alimentos como recompensas para influenciar o comportamento dos filhos – “ Se comeres os legumes podes comer um gelado como sobremesa”. Neste tipo de atitude vamos assistir a uma recusa ainda maior pelo tipo de alimento indesejado – “é tão mau que precisam de me recompensar para eu comer”. Outras situações frequentes são: os pais que dizem sempre sim, não impondo as regras e os limites; a substituição de refeições para que a criança coma mais rápido e para se ter menos trabalho; ou ameaçar com saladas e frutas, criando um elo odioso entre esses alimentos e a punição. Com estes hábitos familiares, que muitas vezes fazem parte da rotina das crianças, o peso aumenta e os efeitos negativos também.

Desde muito cedo incorporamos o conceito de beleza da “magreza” e ser obeso acarreta um estigma social, reflectindo a importância que as sociedades colocam no aspecto físico.
Todos os dias somos “bombardeados” pelas imagens da televisão, de personalidades de corpos magros, moldando os padrões de beleza e criando um conjunto de crenças erradas onde se associa que as pessoas magras são mais bem sucedidas.

Crianças obesas são facilmente gozadas, e quando adultas consideradas como desleixadas e sem força de vontade. Várias dificuldades ocorrem pela descriminação, dando lugar a uma baixa auto-estima e por consequência a dificuldades de relacionamento. A discriminação e estigmatização social sentida, manifesta-se em sentimentos de tristeza e depressão, num sofrimento permanente que pode ser visto como um peso na vida de um obeso.

Partindo deste ponto facilmente chegamos aos transtornos alimentares, onde a comida preenche necessidades emocionais em que a saciedade não é reconhecida fisiologicamente. Esta alimentação inadequada deixa de passar pelo prazer de saborear o gosto dos alimentos, tornando-se um comportamento compulsivo onde a boca é uma espécie de buraco sem fundo, alterando a relação equilibrada entre a pessoa e o alimento consumido.

Desta forma, por vezes, emagrecer não é uma questão de apenas fechar a boca, é um processo que envolve aspectos físicos e emocionais, uma vez que, para além da dieta e do exercício físico é preciso reeducar os afectos, pois as dificuldades na relação com a comida também apontam para problemas afectivos e emocionais.

Posto isto, salienta-se a importância, de que para além do controle alimentar, é essencial controlar as emoções, impulsos e sentimentos.
DICAS PARA OS EDUCADORES:


- Seja um modelo a seguir, a primeira coisa a fazer é ser um bom modelo para os seus filhos.
Se no seu frigorifico ou armário, só existir guloseimas, salgados e doces, quando o seu filho procura pequenos lanches, qual acha que será a sua escolha? Porque não substituir por frutas, saladas, queijos magros, iogurtes entre outros.

- Em vez de falar em emagrecer ou perder peso, diga, vamos ser saudáveis e cuidar do nosso corpo. Saliente os alimentos que se deve comer e não os que não se pode comer.

- Prepare e cozinhe os alimentos, apropriados para toda a família e não apenas para a Criança.

- Sempre que possível deixe que as Crianças ajudem a preparar as refeições, tornando o acto de cozinhar divertido e interessante.

- Quando servir a comida faça os pratos ou deixe que a Criança prepare com a sua supervisão, não coloque as panelas na mesa.

- Tente mudar a apresentação dos alimentos, tornando a sua aparência mais atraente.

- Quando a Criança recusa determinado alimento, faça sempre uma nova tentativa, evitando repetir na frente dela, não gostas deste ou daquele alimento.

- Prepare um lanche nutritivo para levar para a escola.

- Prepare actividades físicas diárias para toda a família, como andar meia hora.

- Não conte as calorias; restringir calorias pode influenciar emocionalmente, fazendo com que a Criança se sinta deprimida, e fisicamente, porque esta pode não receber os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento.

MUDE OS HÁBITOS ALIMENTARES APOSTANDO NA RE-EDUCAÇÃO ALIMENTAR.
TODOS SABEMOS QUE AS DIETAS SÃO SOLUÇÕES A CURTO PRAZO.

APRENDA A COMER HOJE, PARA PODER COMER ADEQUADAMENTE
O RESTO DA VIDA.